Vou compartilhar aqui um pouco de minha vida!!!

Ainda em construção... aguardem

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Não sei bem sob qual título incluiria tais pensamentos, mas há a necessidade de afirmar que as coisas não são como desejaríamos que elas fosses. Parece ser uma afirmativa simples de entender, sem necessidade de gerar polêmicas para que um número relativo de pessoas concordem. Entretanto é muito comum vermos um número relativo de pessoas, entristecidas, aborrecidas, desesperançadas, e até doentes, porque algo que planejou não aconteceu como sonhara.
É fácil esquecer que pertencemos a um mundo no qual há um transbordamento de possibilidades de acontecimentos. Um mundo do imprevisível. Nós homens modernos não queremos lidar com isto. Queremos poder-prever para poder-controlar, para poder-viver. Não enxergamos entretanto que poder-viver é justamente não poder-prever, não poder-controlar.
Tudo na vida deixa marcas. Um livro ao ser manusado deixa as marcas de quem o manuseou, por mais cuidado que esta pessoa tenha, o livro não está mais intacto, ao tocar nele com as mãos, a pessoa deixou no livro algumas suas células mortas, parte de seu suor, de seu cheiro. Mas é claro também, que o manuseante não é mais o mesmo, ele colheu idéias, palavras, e alguns elementos fibrosos do papel agora estão também na mão do manuseante.
São essas marcas que nos fazem ser quem somos e sendo quem somos, somos únicos.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Quem desde os pimórdios poderia afirmar com precisão o que é a vida? Que aparelho medidor poderíamos utilizar para solucionar essa questão? Talvez não seja o caso de por à mão nenhum tipo de tecnologia, mas voltarmos essa reflexão para o fenômeno que experienciamos e percebemos no mundo do qual nós também estamos inclusos.
A vida não cabe em definição alguma. Ela se inventa, se cria e se transforma ininterruptamente. Ela é vasta, e sua amplitude é tamanha ao ponto de não caber-se em definições, pois esta, a definição, seria sempre uma tentativa de precisar o imprecisável, que é a própria vida. A vida escapa, transborda, ultrapassa limites. Ela é tudo, pode ser nada para alguns, ou qualquer coisa para outros, nunca conseguiremos definí-la com satisfação (e será porque? Será que é porque nunca nos satisfazemos com a nossa vida?)
À vida não é dada ordem, ela existe da possibilidade do caos, do imprevisível, do inesperado. E como isso nos incomoda! Nós que queremos ter a ilusão que podemos controlá-la, ou achamos piamente que controlamos, ao menos, a nossa própria! Pura ilusão.
Fazemos parte de uma sociedade que busca loucamente a sanidade, desordenadamente a ordem, desequilibradamente (no sentido pejorativo do termo) o equilíbrio, queremos as coisas nos seus devidos lugares, a pureza, a medida, buscamos, poderia-se dizer, o esquadrinhamento da vida, pois assim mais fácil seria controlá-la.
Ai de nós! Não aceitamos as possibilidades de sermos no mundo, não acolhemos os sentimentos, nossos e dos outros, como se dão, pois sempre gostaríamos que fossem diferente do que se mostra.
Quer-se o equilibrio, não a tristeza, mas e a felicidade? Esta não estaria, seguindo esse pensamento, excluida no estado de equilibrio? O que seria o equilíbrio? Seria algo igual a zero? Algo nulo? Sem movimento? Algo no entre? Neste caso se alcançarmos o equilibrio perdemos também a possibilidade da felicidade? Quer-se ambas. O Equilíbrio e a felicidade, há aí um paradoxo, pois a felicidade de forma alguma é um estado de equilibrio, no sentido de sem movimento, ao contrário, quando estamos felizes o nosso corpo desequilibra. Desequilíbrio este do qual não se tecem lamuriações.
A vida é um incontrolável mistério. E rica em paradoxos, como diria Gonzaguinha: “…Ela é maravida ou é sofrimento? Ela é alegria ou lamento? …” ou ainda “por mais que esteja errada ninguém quer a morte, só saúde e sorte…” ou, “você diz que é luta e prazer, ele diz que a viva é viver, ela diz que o melhor é morrer, pois amada não é e o verbo é sofrer…”
A vida me faz pensar nas possibilidades que estão lançadas para nós e percebo antes de tudo a liberdade que podemos ter se assim escolhermos.
Os riscos compõem a vida!